quinta-feira, 17 de julho de 2008

Sonho de uma flauta


"Nem toda palavra é. Aquilo que o dicionário diz. Nem todo pedaço de pedra. Se parece com tijolo ou com pedra de giz. Avião parece passarinho. Que não sabe bater asa. Passarinho voando longe. Parece borboleta que fugiu de casa. Borboleta parece flor. Que o vento tirou pra dançar. Flor parece a gente. Pois somos semente do que ainda virá. A gente parece formiga. Lá de cima do avião. O céu parece um chão de areia. Parece descanso pra minha oração. A nuvem parece fumaça. Tem gente que acha que ela é algodão. Algodão às vezes é doce. Mas às vezes é doce não. Sonho parece verdade. Quando a gente esquece de acordar. O dia parece metade. Quando a gente acorda e esquece de levantar. Hum ... e o mundo é perfeito. Hum ...e o mundo é perfeito.
E o mundo é perfeito.
Eu não pareço meu pai. Nem pareço com meu irmão. Sei que toda mãe é santa. Sei que incerteza traz inspiração. Tem beijo que parece mordida. Tem mordida que parece carinho. Tem carinho que parece briga. Briga que aparece pra trazer sorriso. Tem riso que parece choro. Tem choro que é por alegria. Tem dia que parece noite. E a tristeza parece poesia. Tem motivo pra viver de novo. Tem o novo que quer ter motivo. Tem a sede que morre no seio. Nota que fermata quando desafino. Descobrir o verdadeiro sentido das coisas. É querer saber demais. Querer saber demais. Sonho parece verdade. Quando a gente esquece de acordar. O dia parece metade. Quando a gente acorda e esquece de levantar. Mas sonho parece verdade. Quando a gente esquece de acordar. O dia parece metade. Quando a gente acorda e esquece de levantar. Hum ... e o mundo é perfeito. E o mundo é perfeito.
E o mundo é perfeito..."
(O Teatro Mágico)

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