quinta-feira, 14 de agosto de 2008

[O silêncio]


"Às vezes, falta a palavra nítida em sua função de palavra.
E assim as coisas se tornam soltas.
Se tornam livres.
Sem sentido de coisa.
Sem sentido de ser coisa nenhuma.
Apenas se tornam leves
flutuando
no vento.
Num vento que não tem perfume quando falta a poesia.
Quando falta a rima,
Quando as palavras faltam.
E morrem na boca sem terem sido mastigadas pelos dentes.
Sem terem sido lambidas pala língua.
Sem terem tido tempo de serem letras de mãos dadas.
Então, resta o silêncio,
Não o silêncio como ausência de palavras.
Mas um silêncio com a ausência de si mesmo.
Um silêncio vazio
Vago
Raso
Sem nitidez de silêncio.
... E são carregadas pelo silêncio do outro mantido em função de silêncio.
Silêncio nenhum é igual.".

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