sexta-feira, 10 de julho de 2009

[.silêncio.]

Por força da sua própria natureza, o silêncio dá margem a infinitas interpretações. Por mais que se queira, tudo o que não é dito não fica claro e sempre pode ser traduzido em diversos significados.
Se você está vivendo uma situação de falta de diálogo e conseguir pelo menos, identificar a possível causa do comportamento do parceiro(a) e/ou do seu próprio mutismo, certamente isto ajudará muito a dissolver o gelo e chegar a um entendimento. Veja aqui algumas das razões que mais freqüentemente se encontram por trás do silêncio passageiro ou constante.
*O silêncio culpado: atitude comum de defesa quando um dos parceiros se sente culpado em relação ao outro e foge, trancando-se. Evitar falar é uma forma de "não dar bandeira" sem querer e/ou de tentar uma posição de controle da situação mantendo o outro ignorante ou inseguro.
*O silêncio-inseguro: muito comum. É a defesa das pessoas que temem ser julgadas pelo que são. Disfarçam seus possíveis defeitos e erros calando a boca, como se isto os tornassem invisíveis, imperceptíveis para o outro.
*O silêncio-punitivo: acontece quando um dos parceiros resolve castigar o outro ficando mudo, como se o(a)companheiro(a) não existisse. Pode ser realmente enlouquecedor quando o parceiro não tem a menor idéia da razão que levou o outro a se calar.
*O silêncio-tédio: chega quando acaba o assunto. Quando a própria convivência, ou a tomada de rumos de vida divergentes, mostram que não existe afinidade entre o casal.
*O silêncio-pra-cutucar: é o que pretende despertar o outro, como uma alfinetada. Ou chatear, como uma implicância.
*O silêncio-magoado: este todo mundo conhece. Acompanha quase sempre as mágoas que sofremos e corre o risco, se a causa não for conversada, de se transformar em feridas profundas, em rancores irreversíveis.
*O silêncio-expectativa: é o que é mantido esperando que o outro perceba o quanto estamos precisando dele e bata à nossa porta. É um pedido mudo de atenção e de ajuda.
*O silêncio desesperado: usado geralmente como recurso extremo quando alguém não acha mais palavras para se fazer presente, para se fazer entender.
*O silêncio-defensivo: é o abrigo dos tímidos, dos fragilizados, dos que precisam enfrentar violências morais ou físicas.
*O silêncio-desprezo: amargo, é utilizado para demonstrar à outra pessoa alguma coisa de ruim que se pensa ou se sente a respeito dela. Por alguma razão, não se consegue verbalizar o motivo deste desprezo. Ou, quando se consegue, o silêncio é utilizado para reforçar o que se disse.
*O silêncio-indiferente: é talvez o pior de todos. É aquele que acontece quando o parceiro(a) não desperta mais nada no outro.
*O silêncio-ofendido: há casos de pessoas que passam longos períodos, mesmo anos sem dirigir a palavra a alguém que os ofendeu, mesmo vivendo sob o mesmo teto.
*O silêncio-fim-de-caso: é utilizado como forma de mostrar que o amor chegou ao fim. Às vezes acontece espontaneamente, com o esvaziamento da relação. Às vezes, é a única maneira de se dizer através da ausência de palavras, aquilo que não se tem coragem de falar.
*O silêncio-birra: é uma atitude infantil, uma ¿malcriação¿ de quem não tem maturidade suficiente para enfrentar as dificuldades, muito menos para verbalizar. Geralmente é passageiro e não causa grandes danos.
*O silêncio-sádico: um esporte praticado por pessoas que sentem prazer com o sofrimento do outro. Para estes, nada mais divertido do que ver o outro se contorcer na tortura de tentar adivinhar o que se encontra por trás de um silêncio que, quase sempre, não esconde nada. É um simples jogo.
*O silencio-controlador: praticado por quem acredita que pode manter o outro preso pela necessidade de entender o que este silêncio esconde. Ou por quem não sabe claramente como conduzir um momento complicado. É o silêncio que nada resolve, que adia soluções.

(www.vaidarcerto.com.br)

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