quinta-feira, 23 de outubro de 2008

[O Teatro Mágico]


“…Sem horas e sem dores!
Respeitável público pagão!
A partir de sempre,
todo sujeito é livre para conjugar o verbo que quiser,
todo verbo é livre para ser direto ou indireto,
nenhum predicado será prejudicado,
nem tampouco a frase,
nem a crase nem a vírgula e ponto final!
Afinal, a má gramática da vida nos põe entre pausas,
entre vírgulas!
E estar entre vírgulas é aposto,
e eu aposto o oposto que vou cativar a todos,
sendo apenas um sujeito simples,
o sujeito e sua oração, sua preça, sua prece…
Que enxerguemos o fato de termos acessórios para a nossa oração,
Assim, separados ou adjuntos,
nominais ou não,
façamos parte do contexto,
sejamos todos capas de edição especial!
Mas sejamos também a contra-capa,
porque ser a capa e ser a contra-capa é a beleza da contradição,
é negar a si mesmo,
e negar a si mesmo,
é muitas vezes,
encontrar-se com Deus,
com o teu Deus…
Sem horas e sem dores, que a partir de agora um possa se encontrar no outro, e o outro, eu um… “

(Fernando Anitelli)

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