quinta-feira, 15 de outubro de 2009

[.Às vzes.]


(...)Às vezes mais vale desistir do que insistir, esquecer do que querer, arrumar do que cultivar, anular do que desejar. No ar ficará para sempre a dúvida se fizemos bem, mas pelo menos temos a paz de ter feito aquilo que devia ser feito, (...).
Às vezes é preciso mudar o que parece não ter solução, deitar tudo de lado para voltar a construir do zero, bater com a porta e apanhar o último comboio no derradeiro momento e sem olhar para trás, abrir a janela e jogar tudo porta fora, (...)sem medo de perder , esquecer tudo, cada momento, cada minuto, cada palavra.
(...)Às vezes é preciso saber renunciar, não aceitar, não cooperar, não ouvir nem contemporizar, não pedir nem dar, não aceitar sem participar, sair pela porta da frente sem a fechar, pedir silêncio e paz e sossego, sem dor, sem tristeza e sem medo de partir. E partir para outro mundo, para outro lugar, mesmo quando o que mais queremos é ficar, permanecer, construir, investir, amar. Porque quem parte é quem sabe para onde vai, quem escolhe o seu caminho e mesmo que não haja caminho porque o caminho se faz a andar, o sol, o vento, o céu e o cheiro do mar são os nossos guias, a única companhia, a certeza que fizemos bem e que não podia ser de outra maneira. Quem fica, fica a ver, a pensar, a meditar, a lembrar.
Até se conformar e um dia então esquecer."
(Margarida Rebelo Pinto)

2 comentários:

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Este comentário foi removido pelo autor.
... disse...

:: basta, agora, você deixar alguém ficar... pra ver se faz esquecer. tem horas que é melhor o recuo, o respirar fundo, e a procura da melhor decisão. mesmo doída, mas evidente.
:: beijos, dan!